Recentemente, o panorama global tem estado realmente quente. Os EUA atingiram recordes históricos, as ações relacionadas à IA já estão a voar alto, os investidores individuais estão a correr em massa, e os analistas estão ocupados a ajustar as metas de preço para cima.

Por trás desta festa, escondem-se problemas. Pelo menos dez riscos estão a ser preparados, interligados e a amplificar-se mutuamente, e uma vez desencadeados, podem causar uma reação em cadeia. Muitos acreditam que 2026 será um momento crucial para testar a resistência do sistema financeiro global.

Vamos analisar cada um deles, de forma clara e lógica.

**O custo da febre da IA**

Os valores atuais das ações nos EUA estão próximos do nível de loucura da bolha da internet de 2000. Por mais convincente que seja a narrativa, no final, é preciso apoiar-se em dados reais de lucros.

Qual é o problema? Se os investimentos em IA não se traduzirem em crescimento de lucros correspondente, a confiança do mercado pode desmoronar rapidamente. As instituições do setor estimam que, até 2026, o crescimento dos lucros dos sete maiores gigantes tecnológicos do índice dos EUA deverá atingir 23%, enquanto outras empresas apenas 13%. Se uma das principais empresas de tecnologia não cumprir as expectativas na sua área de IA, toda a bolsa pode ser arrastada para baixo.

Ainda mais preocupante é o fato de que os 20% das famílias mais ricas nos EUA detêm 70% dos ativos financeiros, e as oscilações do mercado acionista podem alterar diretamente as suas decisões de consumo. Quando o mercado enfraquece, o poder de compra dessas pessoas diminui, e como eles representam quase metade do consumo total nos EUA, uma desaceleração económica torna-se uma hipótese bastante provável.

**Ciclo vicioso entre emprego e preços**

Nos últimos anos, a construção de infraestruturas de IA criou muitas oportunidades de emprego: construir centros de dados, fabricar chips, adquirir equipamentos elétricos, e as vagas parecem surgir continuamente. Mas, se o entusiasmo pelos investimentos de repente diminuir, essas oportunidades de trabalho podem desaparecer num instante, pressionando imediatamente o mercado de trabalho.

Por outro lado, os EUA e a Europa estão a restringir as políticas de imigração, o que reduz continuamente a oferta de mão-de-obra estrangeira. As empresas que quiserem contratar terão que pagar salários mais altos. Com salários a subir, os preços de bens e serviços também aumentam, e a pressão inflacionária volta a surgir.