Os custos de energia em toda a Europa estão a desenhar um cenário bastante imprevisível neste momento. Os residentes de Berlim estão a pagar quase 4 vezes mais do que os habitantes de Budapeste pela eletricidade nas respetivas capitais. Isto não é apenas um número numa fatura de serviços públicos—é um fosso enorme que afeta tudo, desde os orçamentos familiares até às operações industriais.

Para quem gere rigs de mineração ou nós validador, este tipo de disparidade está longe de ser trivial. O prémio energético da Alemanha torna quase insustentável operar infraestruturas cripto com grande consumo energético naquele país, enquanto as tarifas da Hungria podem torná-la uma candidata surpresa para fazendas de mineração que procuram estabelecer-se na Europa. Já assistimos a operações a migrarem para locais como o Cazaquistão e o Texas quando a economia da energia mudou—esta diferença de 4 vezes pode desencadear movimentos semelhantes dentro da UE.

A grande questão: quanto tempo poderão estas diferenças de preços durar num mercado energético europeu integrado? E o que acontece à descentralização quando as operações de mineração continuam a concentrar-se onde a eletricidade é mais barata? Fica a reflexão, numa altura em que os custos energéticos se tornam uma variável cada vez mais relevante na localização da infraestrutura blockchain.