Dados tokenizados: a barreira de proteção da privacidade na era Web3

Quanto vale realmente os seus dados nas redes sociais? No Web2, essas informações são agrupadas e vendidas às empresas de publicidade, e os utilizadores não recebem nada em troca. O Web3 apresenta uma solução chamada tokenização de dados.

Conceito Central

Simplificando, trata-se de transformar as suas informações sensíveis (número de identidade, dados de pagamento, informações de saúde) em um token único. Este token, ao ser colocado na blockchain, torna-se:

• Impossível de rastrear: hackers que roubarem o token não conseguem relacioná-lo aos dados reais
• Verificável: permite realizar transações usando o token sem expor os dados originais
• Transferível: pode ser migrado facilmente entre diferentes aplicações Web3

Por exemplo, ao mudar de plataforma social, o seu portefólio de seguidores, histórico de publicações e ativos NFT podem ser transferidos através da carteira Metamask — sem necessidade de criar uma nova conta ou inserir novamente as informações.

Qual a diferença entre Criptografia e Tokenização?

Criptografia: transforma os dados em um código ilegível, que só pode ser decifrado com uma chave (como uma caixa com fechadura)
Tokenização: substitui os dados originais por um código aleatório não relacionado (como um pseudónimo para o número de identidade), sem precisar de uma chave para garantir a segurança

Setores como financeiro e saúde já utilizam tokenização há algum tempo. Agora, o Web3 está a expandir essa tecnologia para redes sociais e autenticação de identidade.

Por que isso é tão importante?

✓ Segurança aprimorada: reduz o risco de vazamento de dados
✓ Conformidade regulatória: atende às exigências do GDPR e outras regulamentações
✓ Controle pelo usuário: quem pode ver os seus dados é decisão sua, e até pode vendê-los para publicidade e ganhar dinheiro

Mas há desafios

✗ Diminuição da qualidade dos dados: após a tokenização, as aplicações podem ter dificuldades em oferecer recomendações precisas
✗ Compatibilidade de sistemas: diferentes plataformas podem usar padrões de token diferentes, levando a falhas de funcionalidades
✗ Questões legais: quem detém os tokens de dados? Como definir os direitos do utilizador? Ainda há muitas incertezas
✗ Recuperação complexa: em caso de falha do sistema, é necessário recuperar tanto o token quanto os dados originais, aumentando a complexidade

Aplicações práticas

Setores como saúde, finanças, redes sociais e o ecossistema NFT já estão a experimentar. Imagine: hospitais podem compartilhar dados de pacientes para pesquisa, mantendo a privacidade; criadores podem sincronizar seguidores e receitas em várias plataformas, sem ficarem presos a uma única rede.

Resumindo: a tokenização de dados não é uma solução milagrosa, mas oferece um novo equilíbrio entre privacidade e mobilidade. Quando bem implementada, pode transformar a estrutura de poder na internet; se mal feita, pode criar novos problemas.