🛡️ G20 alerta para "lacuna significativa" na regulamentação global sobre cripto

O Comitê de Supervisão de Risco do G20 – Financial Stability Board (FSB) – acaba de publicar um novo relatório, alertando que o sistema regulatório para cripto e stablecoins em todo o mundo apresenta "lacunas significativas". O FSB afirma que a estrutura legal entre os países é atualmente muito fragmentada, inconsistente e assíncrona, criando oportunidades para que grandes organizações e exchanges se aproveitem da arbitragem regulatória (regulatory arbitrage) para evitar supervisão ou impostos.

O relatório da FSB enfatiza: “Muitas empresas operam transfronteiriças, mas a regulamentação atual ainda é predominantemente local. Isso torna quase impossível a gestão do risco sistêmico.” Os países com economias pequenas ou estruturas legais fracas são considerados os que correm maior risco, pois se tornam facilmente um “paraíso cripto” para fluxos de dinheiro não transparentes.

⚖️ Stablecoin – "ponto focal" do risco

O FSB alerta especialmente sobre o rápido desenvolvimento das stablecoins, que estão se tornando cada vez mais utilizadas em pagamentos, empréstimos e DeFi. Sem regulamentações claras sobre reservas de ativos, auditoria e capacidade de conversão, as stablecoins podem ameaçar a estabilidade financeira dos países em desenvolvimento.

Um exemplo típico são as stablecoins emitidas neste país, mas negociadas principalmente em outro país, tornando confusa a determinação da autoridade de supervisão e da responsabilidade legal. Isso aumenta o risco de fraudes, manipulação de mercado e lavagem de dinheiro.

🌐 Consequências e necessidade de cooperação internacional

A lacuna regulatória atual está aumentando a distância entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento no campo dos ativos digitais. Enquanto os EUA e a UE já deram passos como o MiCA (Mercados em Cripto-Ativos) ou novas regulamentações da SEC, a maioria dos países da África, Ásia e América do Sul ainda está lutando para encontrar um caminho.

De acordo com especialistas, se não houver um mecanismo de coordenação internacional, o mercado de criptomoedas pode continuar a se desenvolver em um estado de "remendos", aumentando o risco de se espalhar em caso de grandes volatilidades. O FSB pediu ao G20 que desenvolva rapidamente um quadro regulatório global unificado, incluindo padrões de transparência, custódia de ativos e gestão de stablecoins transfronteiriças.

💡 Sinal positivo: O primeiro passo para o consenso

Apesar do aviso ser severo, os observadores acreditam que a ação do FSB é um sinal positivo. Isso mostra que os grandes países estão cientes de que as criptomoedas não podem ser negligenciadas — e que é necessário ter regras globais claras. Com a cooperação entre o G20, o FMI, o BIS e o GAFI sendo promovida, o mercado pode esperar um período mais transparente, onde as criptomoedas se desenvolverão dentro de um quadro, de forma sustentável e mais segura para todas as partes envolvidas.