Recentemente tenho ouvido muitas vozes a dizer que a liquidez no mercado de criptomoedas está a secar, e muitas pessoas apontam diretamente para ativos tradicionais como ouro e prata — achando que são eles que estão a roubar os fundos. Acreditam que, assim que esses ativos caírem, o dinheiro irá naturalmente voltar. Essa lógica parece fazer sentido, mas eu sempre sinto que falta alguma coisa.

Já pensaste que esta situação é muito semelhante ao que aconteceu há alguns anos, durante a pandemia? Na altura, todos diziam: "Quando a pandemia passar, os negócios vão melhorar." Essa frase deu a muitos uma razão para continuar a sobreviver. Todas as dificuldades, todas as perdas, eram atribuídas a uma causa única — a pandemia. A esperança era que, se aguentassem, haveria um desfecho melhor.

E depois? A economia abriu-se. Houve uma recuperação, mas não durou muito e logo entrou numa fase de estagnação ainda mais profunda. Foi nesse momento que as pessoas perceberam: sem a pandemia a impedir, os negócios continuavam sem melhorar. A "salvação" que se esperava há três anos acabou por não salvar ninguém. A esperança desapareceu, dando lugar a uma compreensão mais dura — o problema não estava ali.

O mesmo raciocínio aplica-se ao mercado de criptomoedas. O verdadeiro culpado pela escassez de liquidez talvez não seja o ouro ou a prata a sugar fundos. É mais provável que o risco geral do mercado esteja a encolher, e a confiança dos investidores esteja a ser consumida passo a passo. Quando deixas de acreditar na ideia de que "após um determinado evento, o mercado irá inverter-se", vais continuar a entrar de forma cega? Não vais. Vais optar por esperar, por sair, ou até por observar mais um pouco. É aqui que a liquidez realmente desaparece — não é que ela seja sugada, mas que fica congelada.