ETH ERC20

O que é o ERC-20?

O ERC-20 é o padrão universal para tokens fungíveis na Ethereum, estabelecendo um conjunto comum de regras para transferência e consulta de saldo que garantem interoperabilidade total entre carteiras, exchanges e aplicações descentralizadas (DApps). Esta especificação permite que diferentes tokens funcionem e interajam de forma eficiente dentro do ecossistema Ethereum.

Na Ethereum, os tokens não constituem sistemas monetários independentes, sendo geridos por smart contracts—programas autoexecutáveis que controlam saldos, transferências e aprovações de acordo com interfaces pré-definidas. “Fungível” significa que cada unidade do token tem o mesmo valor e características, tal como moedas ou pontos de fidelidade, onde as unidades individuais são indistinguíveis.

Como funciona o ERC-20 na Ethereum?

Os smart contracts ERC-20 registam o saldo de cada endereço e gerem a transferência de tokens entre endereços. Todas as operações ficam gravadas no registo da blockchain, tornando as transações transparentes e verificáveis por qualquer utilizador.

Uma transferência ERC-20 implica iniciar uma transação que invoca a função transfer do contrato, pagar uma taxa de rede (Gas) em ETH aos validadores da Ethereum, atualizar os saldos do remetente e do destinatário, e gerar um registo consultável. As taxas de Gas representam o custo do processamento da rede, sendo pagas em ETH—o ativo nativo utilizado por mineiros e validadores para taxas de transação.

Se uma aplicação precisar de transferir tokens em seu nome, deve primeiro definir um limite de autorização através da função approve. A aplicação pode então utilizar transferFrom para gastar tokens dentro do limite autorizado, semelhante à definição de um plafond num cartão de débito.

Quais são as principais funções da interface ERC-20?

A interface base do ERC-20 centra-se em três funcionalidades: consulta, transferência e aprovação. As consultas incluem a obtenção do fornecimento total de tokens (totalSupply) e do saldo de um endereço (balanceOf); a transferência (transfer) permite enviar tokens para outro endereço; a autorização e o gasto delegado envolvem a definição de limites (approve) e o gasto dentro desses limites (transferFrom).

Funções suplementares fornecem metadados como o nome do token (name), símbolo (symbol) e precisão decimal (decimals). Decimals define a menor unidade, geralmente em 18, permitindo dividir um token em 10^18 subunidades para maior flexibilidade de preços e cálculos.

Os contratos ERC-20 também emitem eventos como Transfer (movimentação de tokens) e Approval (alteração de autorizações), aos quais carteiras e exploradores de blocos subscrevem para apresentar o histórico de transações e atualizações de aprovação.

Quais são os casos de uso comuns do ERC-20?

Os tokens ERC-20 são amplamente utilizados para stablecoins, tokens de governação, pontos de plataforma, certificados respaldados por ativos e tokens de financiamento. Stablecoins populares como USDT, USDC e DAI utilizam ERC-20 para pagamentos e serviços DeFi devido ao vasto suporte de carteiras e aplicações.

Nas exchanges descentralizadas (DEXs), o ERC-20 é o formato base para negociação e provisão de liquidez. Protocolos de empréstimo, agregadores de rendimento e pontes cross-chain também utilizam a interface unificada do ERC-20 para gestão programática de ativos e movimentação eficiente de liquidez.

Como utilizar transferências e autorizações ERC-20 de forma segura?

Práticas essenciais de segurança incluem verificar endereços de contrato, gerir limites de aprovação, compreender taxas e revogar rapidamente autorizações desnecessárias.

Passo 1: Verifique o endereço do contrato do token através de canais oficiais ou exploradores de blocos de confiança para evitar enviar ativos para contratos fraudulentos.

Passo 2: Realize uma transferência de teste com valor reduzido para confirmar endereços e rede antes de efetuar transações de maior valor.

Passo 3: Defina limites de autorização adequados ao autorizar aplicações—evite conceder aprovação ilimitada. Reveja e revogue aprovações não utilizadas regularmente usando ferramentas da carteira ou exploradores de blocos para reduzir o risco em caso de comprometimento da aplicação.

Passo 4: Certifique-se de que possui ETH suficiente para pagar taxas de Gas. Sem ETH, não é possível concluir transferências ou autorizações ERC-20 na Ethereum.

O que deve saber ao utilizar ERC-20 na Gate?

Ao depositar ou levantar tokens ERC-20 na Gate, é fundamental selecionar a rede e a versão de contrato corretas, além de verificar os endereços.

Passo 1: Escolha a rede correta. Por exemplo, ao depositar USDT, selecione a rede Ethereum (versão ERC-20), garantindo que os seus ativos entram no ecossistema de contratos ERC-20 da Ethereum.

Passo 2: Copie e verifique cuidadosamente o seu endereço de depósito. Utilize apenas endereços fornecidos pela Gate, confirme os dígitos principais com os endereços oficiais ou da carteira antes de prosseguir. Considere efetuar um depósito de teste inicial.

Passo 3: Prepare-se para taxas de transação. Levantamentos para endereços externos ou transferências on-chain exigem pagamento de taxas de rede Ethereum em ETH; ao depositar na Gate, o remetente suporta os custos de Gas.

Passo 4: Monitorize as confirmações de depósito. As transações Ethereum requerem várias confirmações de bloco antes de os ativos serem creditados; a Gate apresenta o progresso e o estado das confirmações na sua interface.

Os fundos estão em risco—verifique sempre a rede, versão de contrato e precisão do endereço antes de realizar transferências de valor significativo.

Como o ERC-20 difere de outros padrões de token?

Em comparação com ETH (moeda nativa da Ethereum), os tokens ERC-20 são ativos “baseados em contrato”, com saldos registados em smart contracts. O ETH é a moeda nativa da blockchain usada para pagamentos de Gas—não é gerido por nenhum contrato de token.

Relativamente ao ERC-721 (NFTs) e aos padrões ERC-1155, o ERC-20 foca-se na fungibilidade: cada unidade é idêntica e intercambiável. NFTs são não fungíveis—cada token tem um identificador único; o ERC-1155 suporta ativos fungíveis e não fungíveis num único contrato.

Padrões avançados como o ERC-777 oferecem funcionalidades de transferência expandidas e modelos de interação, mas o ERC-20 permanece o mais adotado devido à sua compatibilidade com o ecossistema—sendo amplamente suportado por carteiras e exchanges.

Quais são os riscos e limitações do ERC-20?

Os riscos ao nível do contrato incluem vulnerabilidades nos smart contracts ou permissões excessivas (como funções de minting, freezing ou blacklist) que podem afetar as propriedades do token. Reveja sempre o código do contrato e a documentação oficial para compreender possíveis controlos administrativos.

Os riscos de autorização afetam frequentemente utilizadores iniciantes. Conceder aprovação ilimitada a aplicações não confiáveis expõe os ativos a possíveis levantamentos não autorizados. Utilize sempre o mínimo necessário de limites e revogue autorizações não utilizadas periodicamente.

As limitações relacionadas com transações incluem taxas elevadas durante períodos de congestionamento da Ethereum, uso obrigatório de ETH para Gas, e possível perda de ativos por seleção incorreta de redes ou endereços de contrato. Atenção a esquemas como “tokens falsos” ou “contratos armadilha” que não podem ser vendidos—confie sempre em fontes de informação verificadas e auditorias da comunidade.

Passos práticos para aprender ERC-20

Passo 1: Leia a documentação EIP-20 para compreender cada função e evento da interface.

Passo 2: Faça o deploy de um template simples de contrato ERC-20 numa testnet; defina o nome, símbolo e decimals; pratique transferências e aprovações.

Passo 3: Utilize carteiras mainstream para observar aprovações e registos de eventos; acompanhe os eventos Transfer e Approval num explorador de blocos.

Passo 4: Experimente com pequenos montantes numa aplicação DeFi; defina autorização limitada para uma transação; depois pratique a revogação de autorizações e avaliação de risco.

Principais conclusões sobre ERC-20

O ERC-20 é a “linguagem universal” da Ethereum para tokens fungíveis, oferecendo interfaces padronizadas que tornam os ativos reconhecíveis e geríveis em carteiras, exchanges e plataformas DeFi. O funcionamento depende de smart contracts e taxas de Gas pagas em ETH. Dominar transferências, aprovações e eventos é essencial para a segurança das transações. Na prática, verifique sempre contratos/redes, controle limites de autorização, mantenha ETH para taxas e seja cauteloso ao depositar ou levantar em plataformas como a Gate. Utilizado segundo as melhores práticas, o ERC-20 garante compatibilidade estável para uma vasta gama de ativos e aplicações.

FAQ

Porque é que a maioria das criptomoedas utiliza o padrão ERC-20?

O padrão ERC-20 oferece uma especificação unificada que permite que todos os tokens baseados em Ethereum sejam facilmente reconhecidos e utilizados por carteiras, exchanges e DApps. Tal como os códigos de barras padronizados no comércio, este protocolo comum aumenta a eficiência do ecossistema—tornando o ERC-20 o padrão de token mais utilizado na comunidade Ethereum.

Os tokens ERC-20 na minha carteira são reais?

Os tokens ERC-20 são ativos digitais criados por smart contracts; a sua legitimidade depende do emissor. Tokens de projetos reconhecidos (como USDT ou USDC) são emitidos por organizações oficiais e podem ser verificados em plataformas como a Gate. Confirme sempre o endereço do contrato do token em sites oficiais ou exploradores de blocos antes de negociar para evitar tokens falsificados.

Porque é que a minha transferência ERC-20 por vezes requer autorização prévia?

A autorização (Approve) é uma medida de segurança do padrão ERC-20 que impede contratos de movimentar os seus tokens sem consentimento explícito. Ao transacionar na Gate ou plataformas semelhantes, será solicitado que defina um limite de autorização antes das transferências—tal como um plafond num cartão bancário—para proteger os seus ativos contra acessos não autorizados.

Tokens ERC-20 bloqueados ou queimados podem ser recuperados?

Não. As operações de Freeze (bloqueio) e Burn (destruição) realizadas por smart contracts ERC-20 são transações irreversíveis na blockchain. Após a execução destas funções pelo emissor do contrato, os tokens afetados ficam permanentemente reduzidos ou bloqueados—por isso, a credibilidade do projeto é fundamental na escolha de tokens.

Quais são os erros comuns para iniciantes ao utilizar ERC-20?

Erros frequentes incluem transferir tokens para endereços de contrato errados (como tokens falsificados) ou não considerar as taxas de Gas, resultando em transações falhadas. Iniciantes devem começar em exchanges seguras como a Gate, copiar exatamente os endereços oficiais de contrato e praticar operações em testnets (por exemplo, Goerli) antes de transacionar na mainnet—minimizando eficazmente os riscos.